"A cidade está cheia de anúncios de escolas", diz Giovana Madalosso, colunista da Folha de São Paulo, em um post viralizado na última segunda-feira, 17/02/2025, no Instagram. "Umas oferecem educação com ênfase no amanhã. Outras sugerem desenvolver no aluno o espírito de liderança. Pelo jeito, desistimos de formar cidadãos para formar CEOs." E não qualquer CEO, diz Giovana, mas os CEOs da terra falida.
Veja na integra o vídeo de Giovana Madalosso postado no Instagram e siga com a leitura.
Se você não está familiarizado com o termo "terra falida", é bom se inteirar dele, pois, se nada mudar, ele será cada vez mais usado na mídia e no mundo daqui para frente. O termo se refere ao modelo de sociedade que estamos construindo — um mundo onde a desigualdade cresce, os recursos naturais são explorados sem reposição e a crise climática se intensifica sem soluções eficazes. A falência não é apenas econômica, mas também social, ambiental, moral e educacional.
Diante desse cenário preocupante, surge um questionamento essencial: estamos realmente preparando as próximas gerações para reverter esse quadro ou apenas ensinando-as a repetir um modelo falido?
Como pais, educadores e cidadãos, não podemos ignorar essa realidade.

A crítica da colunista nos convida a refletir sobre o modelo educacional presente na maioria das escolas particulares atuais. Um modelo excludente que prioriza a competitividade e o sucesso de alguns, enquanto negligencia a formação de cidadãos preparados para enfrentar os desafios globais que já batem à nossa porta.
Vale lembrar que apenas o ensino puramente acadêmico e instrutivo não resolve os problemas da vida. Atualmente há crianças que sabem falar dois idiomas, mas não sabem arrumar a cama. Adolescentes que acumulam certificados acadêmicos, mas não sabem pedir desculpas ou assumir responsabilidades pelos próprios erros...
A reflexão de Giovana não é nova. Após as atrocidades vivenciadas na Segunda Guerra Mundial, inúmeros pensadores, filósofos e cientistas se perguntaram: O que fizemos de errado? Por que deixamos a guerra acontecer? O que precisamos fazer para que isso não se repita? É possível criar uma educação para a paz? Uma capaz de formar um ser humano que consiga resolver seus problemas por meio da diplomacia respeitosa e que consiga viver em harmonia não só com os outros de sua espécie, mas também com o planeta e o meio ambiente?
Maria Montessori acreditava que sim. Sua pedagogia nasceu do desejo de formar crianças que, livres e responsáveis, pudessem desenvolver sua autonomia sem perder de vista o coletivo. Montessori dizia que a paz não era um estado passivo, mas uma construção ativa que começava na infância. O método montessoriano ensina que, para mudar o mundo, é preciso primeiro mudar a si mesmo e depois, a forma como educamos as crianças: ensiná-las a pensar criticamente, a cooperar, a respeitar e a cuidar de todos - de si, do outro e daquilo que está ao seu redor.
Gandhi também acreditava que a educação era a chave para um mundo mais justo e pacífico. Para ele, aprender não era apenas adquirir conhecimento técnico, mas desenvolver a compaixão, a ética e a coragem para enfrentar desafios sem recorrer à violência. Seu conceito de ahimsa (não violência) nos ensina que a verdadeira liderança nasce da capacidade de ouvir, compreender e agir com justiça, e não da imposição de poder sobre os outros.
A Escola Circular carrega essa visão. Nossa proposta educacional não está centrada na formação de indivíduos que apenas competem, mas na criação de cidadãos que saibam dialogar, inovar e transformar a realidade de maneira ética e sustentável. Aqui, cultivamos um ambiente onde a empatia, o respeito e a resolução pacífica de conflitos são tão valorizados quanto o conhecimento acadêmico.
Se quisermos um mundo diferente, precisamos começar agora, desde a infância. Como Montessori e Gandhi ensinaram, a paz e a justiça não são construídas no futuro, mas no presente, nas pequenas interações do dia a dia, nas escolhas que fazemos e, principalmente, na forma como escolhemos educar nossas crianças.
Os Sintomas da Terra Falida: Uma Lista para Reflexão
1. Desigualdade Social Crescente
1% mais rico do mundo emite o mesmo volume de carbono que os 66% mais pobres (Relatório da Oxfam, 2023).
Mais de 700 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza (Banco Mundial, 2024).
A fome afeta 828 milhões de pessoas no mundo, enquanto o desperdício de alimentos chega a 1 bilhão de toneladas por ano (ONU, 2023).
2. Exploração Insustentável dos Recursos Naturais
A Amazônia perdeu 18% de sua cobertura florestal e pode atingir o ponto de não retorno antes de 2050 (INPE, 2024).
Os oceanos acumulam mais de 171 trilhões de partículas de plástico, impactando a biodiversidade marinha (PNUMA, 2023).
70% das águas subterrâneas do mundo estão ameaçadas, devido à extração excessiva e contaminação (UNESCO, 2024).
3. Crise Climática e Degradação Ambiental
2023 foi o ano mais quente já registrado, e a temperatura global pode ultrapassar 1,5°C até 2030 (IPCC, 2024).
Ondas de calor, incêndios florestais e tempestades estão se intensificando, afetando milhões de pessoas e causando bilhões em prejuízos.
O derretimento das geleiras pode elevar o nível do mar em até 1 metro até 2100, colocando em risco cidades como Miami, Veneza e Jacarta (NASA, 2024).
4. Falência Moral e Ética na Sociedade
O tráfico humano movimenta US$ 150 bilhões por ano, sendo um dos crimes mais lucrativos do mundo (ONU, 2023).
Discursos de ódio e extremismo têm crescido exponencialmente com a polarização social e desinformação nas redes sociais.
Grandes corporações priorizam lucro acima da ética, promovendo exploração trabalhista e desmatamento, sem preocupação com o impacto a longo prazo.
5. Colapso da Saúde Mental e Qualidade de Vida
Casos de depressão e ansiedade dobraram na última década, afetando principalmente jovens e crianças (OMS, 2024).
O vício em redes sociais e tecnologia tem reduzido a empatia e aumentado o isolamento social.
Trabalhadores enfrentam jornadas exaustivas, sem equilíbrio entre vida pessoal e profissional, resultando em burnout e queda na produtividade global.
Se continuarmos nesse caminho, a "terra falida" deixará de ser apenas um conceito para se tornar uma realidade inevitável. Para reverter esse cenário, é essencial repensarmos nossas atitudes e cultivarmos uma educação verdadeiramente transformadora.
A Escola Circular convida você a enxergar a educação além do convencional, explorando seu verdadeiro potencial como ferramenta de mudança. Se você também acredita que a educação deve preparar para a vida, entre em contato e agende sua visita. Juntos, podemos construir um futuro mais consciente e sustentável!
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