Ser pai, mãe não é tarefa fácil, convenhamos! São muitas preocupações. Muitas noites mal dormidas. É um esforço contínuo para assegurar a felicidade de nossos filhos. Tudo isso claro, inserido em uma sociedade acelerada, cada vez mais maluca e que tem aumentado a sua quantidade de doentes mentais ano após ano, segundo dados da própria OMS - Organização Mundial de Saúde.
Em meio a todo esses desafios e estatísticas, a escolha de uma vida acadêmica ideal para nossos filhos ganha destaque fundamental, afinal de contas, a partir do momento que a criança coloca os pés na escola, até a hora que ela se forma na faculdade, metade do seu dia será vivido dentro desse ambiente. Ou seja, a escola exerce um papel decisivo no presente e no futuro da criança impactando diretamente na felicidade delas.
É aí que surge aquela pergunta: Qual seria a melhor educação escolar pra vida e o futuro do meu filho?
Em geral, a grande maioria dos pais quer uma educação diferenciada que garanta o pleno desenvolvimento e a felicidade de seus filhos(as). Mas na prática, a maioria das famílias escolhe uma metodologia tradicional e majoritariamente conteudista que está longe de trabalhar todas as habilidades da criança e ajudá-la a desenvolver seu pleno potencial.
A crença de que o modelo tradicional é o melhor e mais seguro ganha força principalmente porque a maioria dos pais de hoje em dia, teve uma educação assim. O pensamento é: "Se deu certo comigo, porque não dará com os meus filhos?" É fato que a educação tradicional contribuiu muito para nossa geração chegar até aqui e nos tornarmos pais, mas não podemos ignorar todos os avanços científicos e os benefícios que a pedagogia atual tem a nos oferecer.
Esse modelo oferecido pela maioria das escolas com professores em frente de uma classe cheia de alunos enfileirados em carteiras foi idealizado em meados do século retrasado. E foi inspirada na organização das fábricas da revolução industrial.
Até hoje, essa estrutura escolar continua igual e por mais que neurocientistas, médicos, pesquisas científicas e psicólogos de renome alertem sobre a necessidade urgente de mudanças o modelo tradicionalista persiste com pequenas alterações.
Por isso o "caminho das pedras" aponta para os modelos e metodologias alternativos que ganham força com as pesquisas cientificas mais recentes que estão por aí.
A diversidade desses modelos é enorme e se aventurar à procura deles pode não ser tarefa fácil. Pedagogias alternativas estão baseadas em novos paradigmas, os quais, à primeira vista, podem não fazer o menor sentido pra quem teve uma formação tradicional.
A diretora escolar Alana Cosin, que trabalha com duas propostas alternativas, a Montessoriana e a abordagem de Emmi Pikler, relata que muitos pais ao visitarem a sua escola procuram uma metodologia tradicional que encha a criança de atividades e estímulos dirigidos. Contudo hoje em dia, sabe-se, que o excesso desse tipo de atividades, prejudica o desenvolvimento da autonomia da criança. E que brinquedos ativos tendem a colocar a criança no papel de um espectador, passivo.
Outro ponto interessante é a questão cognitiva. Segundo Alana, esses pais querem que as crianças sejam ensinadas pelo professor, a todo o momento e sobre tudo. Porém é nessa fase que a criança começa a criar suas próprias hipóteses e teorias. “Ao darmos respostas prontas, tiramos a oportunidade delas pensarem por si mesmas e testarem suas ideias na prática. Em nossa escola o aprendizado é significativo, pois ele é construído e formulado internamente, muito mais pelas crianças em contato com o mundo à sua volta, do que externamente pelo professor. E isso faz toda a diferença.”
Desse modo, caso o leitor parta em busca de uma educação diferente para seu filho, e vá visitar escolas com propostas alternativas, vale a pena ir com a mente aberta e preparado para o novo. Se algo te desagradar ou não fizer sentido, sempre questione o interlocutor para entender os porquês. Uma boa dica é perguntar qual é a fonte daquela ideia ou opinião. Assim fica fácil identificar se a resposta é puro personalismo ou convicção pessoal ou está embasada em pesquisas e abordagens pedagógicas consistentes. A forma como a escola dialoga com os pais e sustenta suas convicções diz muito sobre ela.
E com a intensificação do marketing nas escolas particulares muitas delas estão muito bem preparadas para atender as necessidades e expectativas dos pais, contudo é importante lembrar que a escola existe principalmente para atender as necessidades da criança e não só dos pais.
Assim ao visitar uma escola tente olhar para ela mais com os olhos da criança que um dia existiu em você do que com o olhar do adulto. Olhe para além das aparências e tente se imaginar naquele espaço: explorando e se divertindo como uma criança o faria. E se pergunte: Eu gostaria de brincar aqui? Eu me sentiria bem nesse ambiente? Os adultos respeitariam minhas necessidades?
Voltamos então para a nossa pergunta principal: Qual seria a melhor educação escolar pra vida e o futuro dos nossos filhos? Após muita pesquisa, essa é uma decisão que no final cabe a cada família tomar, como dissemos anteriormente o importante é olhar tanto para "dentro" quanto "para fora da caixa" e chamar a sua criança interior para participar da decisão.
Obrigado pela leitura e boa sorte nessa jornada!
Dica: Você também pode consultar a recomendação e orientação de alguns profissionais de confiança que você conhece como psicólogos, pedagogos e pediatras para lhe ajudar nessa escolha. E pode começar sua pesquisa visitando a Escola Circular para conhecer a abordagem Pikler, Montessori e o nosso jeito de fazer educação.
Nos próximos posts vamos revisitar com maior profundidade algumas ideias e conceitos apresentados nesse texto e aventurar-se na descoberta de muitos outros. Se você gostou, vem com a gente! Deixe seu comentário e acompanhe nossas publicações. Um grande abraço.